Há algum tempo atrás ouvi a história de um garotinho muito esperto que um dia brincando na sala de sua casa encontrou uma pequena moeda jogada no chão, como já havia sido ensinado sobre o valor de determinadas coisas, e sabia que aquela pequena moeda tinha valor, resolveu guardá-la dentro de um jarro de cerâmica bonito, todo enfeitado com flores em auto relevo, relíquia dos bons tempos em que seus avós eram participantes da alta sociedade, e que agora virara herança e uma mera lembrança para seus pais.
Quando houve o barulho do seu pai encostando o carro na garagem corre desesperadamente até a sala, enfia sua pequenina mãozinha dentro do vaso. Nesse instante o olhar entusiasmado do filho começa a sumir, o sorriso contagiante daquela criança começa a transformar-se em choro e a alegria em desespero. Tudo estava bem, até que ele tenta tirar suas mãos de dentro do vaso.
Por mais que puxasse, cada esforço, cada tentativa desesperada era apenas a confirmação, dentro de sua infantil e inexperiente cabecinha, de que ele estava preso para sempre aquele vaso.
Quando seu pai abre a porta e entra na sala depara-se com o menino chorando inconsolável, a essa altura sua mãe tentava, inutilmente, acalmá-lo. O pai, carinhosamente, pega o menino o coloca em seu colo e começa a acariciar-lhe a cabeça.
Após acalmar a situação o pai pergunta ao menino o que havia acontecido, e por que sua mão estava presa dentro do vaso? O filho prontamente lhe responde o que havia acontecido e a surpresa que queria lhe fazer ao mostrar como cuidara da moeda que havia encontrado, mas que depois que pegou a moeda sua mão ficou presa dentro do vaso e não conseguia mais tirá-la.
O pai explica ao filho que isso não tem importância, que a sua atitude já havia provado tudo e promete que lhe dará duas moedas se ele soltar aquela que está dentro do vaso.
Prontamente o garoto solta o vil metal e sua mão sai de dentro do vaso trazendo novamente o sorriso e alegria que haviam sido roubadas.
Sabe, muitas vezes temos coisas em nossas vidas que tem um valor inestimável para nós. Coisas que não conseguimos largar, mas que nos deixam completamente presos e impedidos de viver, de ser feliz, de desfrutar da plena paz que o Pai Eterno deseja nos dar.
Para aquele menino o objeto valioso era uma pequena moeda, que talvez nem valesse tanto assim, para outros é o apego exagerado às coisas matérias, outros estão completamente presos ao ciúme doentio, alguns vivem completamente acorrentados às lembranças do passado, enfim, cada um de nós pode ter o seu pequeno vaso na qual a mão está presa.
Talvez o seu vaso seja aquela pessoa que você não consegue perdoar, o vício que não consegue largar, a dor da perda de um ente querido. Em cada uma dessas situações, e várias outras que não estão descritas aqui, só a pessoa consegue entender a dor, o vazio e a decepção que tomam conta de seus pensamentos.
Mas, assim como aquele garoto encontrou consolo nos braços do Pai você também pode encontrar. Não, não estou falando da figura do pai físico, mas do Pai que não nos abandona em nenhum momento, que em meio ao desespero nos coloca em seu colo, acaricia nossa cabeça e nos leva a ver que a vida não acabou, que ainda há esperança.
Mais do que qualquer outra pessoa Ele deseja ver sua felicidade. Chegou o momento de você descansar em seus braços, largar a moeda que está segurando em troca da graça, do amor, do perdão e da cura que só Deus pode dar.
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