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A BANALIZAÇÃO DA GRAÇA

Que a graça é um favor imerecido você já sabe. Estamos a acostumados a ouvir isso constantemente. Existem centenas de livros e artigos explicando essa ação magnífica do Salvador. Todavia, mesmo diante de tantos conceitos, alguns deles de autores renomados, a graça permanece um tema intrigante e cada vez mais atual.
Entretanto, baseados no conceito de favor imerecido vem surgindo, gradativamente, um fenômeno que poderíamos chamar de "banalização da Graça".
Algumas pessoas, diga-se de passagem, mal intencionadas, vem tentando justificar os seus erros apoiadas no argumento inconsequente de que estamos vivendo na dispensação da GRAÇA. Isso, sem contar, as barganhas realizadas em nome dela.
Porém, a Graça não justifica as escolhas deliberadas do pecado. Ela abre a porta para o perdão, mas para recebê-lo é preciso arrependimento. Ela traz reconciliação com o Pai, mas para desfrutá-la é necessário renúncia. Na graça temos a promessa da vida eterna, mas para conquistá-la é preciso fidelidade. A graça não é um álibi para o pecado, mas a certeza da promessa divina de salvação.
Normalmente, as pessoas tentam se esconder atrás da misericórdia de Deus revelada através da Graça, mas acabam se esquecendo que o mesmo Deus de misericórdia é o Deus de justiça. Um atributo não anula o outro, deixar de seguir o caminho aberto por Jesus através do seu martírio é banalizar a Graça.
É bem verdade que não podemos nos justificar diante de Deus, isso acontece por causa da Graça. Todavia, para receber o favor de Deus é preciso ter fé na obra realizada na cruz. O problema talvez esteja nessa palavrinha traduzida como “fé”. A melhor tradução para ela seria “fidelidade”.
O autor de Hebreus diz o seguinte: Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. (Hebreus 10: 38). Em outras palavras, é preciso manter-se fiel as orientações divinas. Caso contrário, corremos o risco de perder os benefícios adquiridos pela Graça.
Para finalizar, quero deixar mais alguns versículos do contexto do capítulo acima, do livro de Hebreus, para meditação:
“Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da GRAÇA?” (Hebreus 10: 26-29).
O texto acima é uma clara exortação do perigo iminente em que se encontram aqueles que vêm banalizando a GRAÇA, manifestada pelo Filho de Deus na Cruz do calvário.

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