Era só mais uma tarde de
domingo, depois do almoço fomos para aquele velho campinho da Pedreira, bairro
da cidade de Teresópolis, que outrora fora, como o nome sugere, uma antiga
pedreira. Estava tudo normal, os times sendo tirados, aquela euforia para saber
quem ficaria na “de fora”; aquela velha e saudável briga: “a primeira é minha!”,
diziam os que sobraram da disputa para começar jogando.
Naquele dia estávamos lá, eu
e meu irmão do meio, ainda crianças, do lado de fora orgulhosos de ver nosso
pai ser escolhido para começar entre “os dois melhores times”. Esta foi uma das
primeiras memórias que tenho daquele velho e saudoso campinho, que ainda está
lá, no mesmo lugar, mas confesso que já não vou há algum tempo.
Voltando a história, a “pelada”
já havia começado, mas sabe como é criança né? Aquele velho instinto
aventureiro aflorou em meu irmão e ele saiu a procura de moranguinhos no meio
do mato, ali mesmo perto daquele velho e pesado objeto de ferro que não sei
para que servia, só sei que era um material da antiga pedreira e que servia de
vestiário para a galera.
─ Socorro! Socorro! Socorro!
– Começou a gritar meu irmão.
O jogo foi interrompido e
meu pai veio correndo saber o que estava acontecendo, pegou meu irmão no colo e
foi logo salvá-lo daquelas centenas de formiguinhas que atacavam ferozmente o
seu pé. É verdade que isto só aconteceu porque meu irmão invadiu o seu
território e pisando em seu formigueiro. Mas, a imagem do Pai Herói deixando o
jogo para socorrer o seu filho não me sai da memória.
Com certeza, cenas como está
de heroísmo cotidiano, aconteceram inúmeras outras vezes em nossas infâncias. É
bem possível que você esteja se lembrando das suas próprias cenas de heroísmo,
seja salvando seu filho (a) ou sendo salvo pelo pai. Aliás, esta é a forma
natural de um filho ver o seu pai, como um herói.
É bem verdade que alguns não
tiveram tal oportunidade, por diversos percalços da vida. Mas, mesmo na ausência
desta figura tão importante, carrega em seus corações a marca por não os terem
perto em suas vidas. Estes carregam, infelizmente, o gosto amargo da ausência
do seu primeiro e grande herói. Contudo, na grande maioria, arde o desejo de
ser o grande herói dos seus filhos.
Esta é a missão divina para
o homem: ser o Pai Herói dos seus filhos. Qualquer coisa que atrapalhe esta
missão deve ser analisada e revista, pois está o afastando de cumprir o grande
propósito de sua vida.
Portanto, se assim como eu você
teve um Pai Herói ou se foi privado dessa imprescindível figura, mesmo assim
continua tendo a colossal missão de ser para os seus filhos o seu herói.
Porque, Pai é Pai Herói!
Pense Sobre Isto!
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