Um dos filmes mais famosos
de Charles Chaplin, Tempos Modernos, faz uma crítica ao modelo de trabalho de
sua época. Na película, seu personagem é funcionário de uma fábrica e precisa
trabalhar arduamente para poder atingir todas as metas estipuladas pelo seu
empregador. Foi uma forma engraçada de questionar o modelo de trabalho da era
industrial.
Creio, que se ainda
estivesse vivo, faria um filme diferente nos dias de hoje. Possivelmente,
abordaria a falta de comprometimento, de profundidade e paixão das pessoas. Ao
que nos parece, a humanidade perdeu a capacidade de valorizar tudo.
Vivemos na era do
descartável: usou, joga fora; quebrou, joga fora; cansou, joga fora. Tudo é
descartado rapidamente. Infelizmente, até os relacionamentos se tornaram algo
descartável. As pessoas estão juntas hoje, amanhã já não sabemos.
Aliás, é bem possível que
daqui a trinta segundos, quando acabar de ler essa matéria, esse exemplar da
Revista Altares já esteja na lixeira e as matérias sejam apenas uma vaga
lembrança para a maioria.
Descartável é tudo aquilo
que após a utilização perde o seu valor. Ele se caracteriza por ser passageiro,
sem profundidade ou importância. Isso explica porque tanto divórcio, pessoas
solitárias, indivíduos isolados e vidas amarguradas. Tudo é um reflexo do
valor, da importância, que damos as coisas.
É claro, tudo isso aponta
para algo mais sério, mais profundo. Uma pessoa só pode dar aquilo que possui. Se
estiverem vazias emocionalmente, se nunca foram ensinadas a valorizar e a amar,
como poderão manifestar tais sentimentos. A geração do descartável é um reflexo
da falta de atenção e comprometimento, das feridas escondidas na alma.
Uma pessoa doente emocionalmente
tenderá a buscar maneiras de satisfazer suas necessidades na busca por aquilo
que sacie o desejo da sua alma. Todavia, como nunca se sentiu valorizada,
amada, respeitada terá dificuldades em encontrar algo que supra suas
necessidades.
Se não mudarmos o rumo da
nossa própria história, dificilmente conseguiremos viver intensamente a vida.
Passaremos cada segundo procurando algo novo para fazer, na eterna expectativa
de que alguma coisa tenha o poder de saciar a verdadeira sede da alma.
"Vinde a mim, todos os
que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma [...]." (Mateus 11:28-30).
Só Deus pode saciar completamente o desejo incontrolável
da alma humana.
Pense Sobre Isso!
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