A expectativa é algo
inerente ao ser humano. Todos, independente de quem seja, carregamos
internamente expectativas relacionadas às áreas, pessoas e situações da vida. Analisando
amplamente, elas podem ser boas ou ruins, tudo dependerá do objetivo fruto do
desejo, das circunstâncias, quem está envolvido, etc.
O problema é que, na maioria
das vezes, colocamos expectativas maiores do que a situação pode retribuir. Principalmente,
quando apoiamos nossas vontades nas pessoas. As expectativas em um relacionamento
tendem a ser a maior causa de brigas, discórdias e confusões.
Isto porque, por melhores
que sejam as nossas intenções, o outro tem uma forma completamente de pensar,
agir, falar, viver... Não é por acaso que as frustrações se manifestam, justamente,
dentro dos relacionamentos.
Sabe aquela pessoa que
aposta todas as fichas em uma relação e no final acaba se frustrando? Já passou
pela situação de receber em sua empresa alguém que tinha o melhor currículo,
mas mostrou-se “uma decepção”? Quantos pais investiram demasiadamente tempo e
dinheiro no sonho de ver um filho formado em determinada área e ele escolheu
outra coisa para fazer da vida?
Estas e muitas outras são
expectativas baseadas em desejos pessoais, na maioria dos casos com excelentes
intenções, mas que nunca levaram em conta o desejo, a realidade e capacidade do
outro em realizar aquilo que você deseja.
Quando colocamos as
expectativas em uma pessoa, precisamos estar cientes que nem sempre elas
suprirão aquilo que imaginamos. Veja bem, não podemos confundir com não querer.
Na maioria das vezes o outro se empenha por fazer o melhor, por entregar o
melhor, por ser o melhor. Contudo, a noção de melhor deve respeitar uma série
de fatores. Dentre eles podemos destacar: habilidades, visão pessoal, perspectiva,
entrega, potencial, etc. Neste caso, são inúmeras as coisas que podem
influenciar.
A nossa expectativa não está
errada, desde que compreendemos que a única pessoa capaz de cumprir com todos
os requisitos impostos pela nossa idealização somos nós mesmos. O outro, por
melhor que faça, sempre tenderá a entregar algo baseado em sua própria noção da
realidade, ainda que venha fazer o seu melhor.
Vide, por exemplo, uma mãe
ao ensinar a filha a cozinhar. A receita é a mesma, o modo de preparo tenderá a
ser idêntico, o tempo de preparo é igual. Porém, no final sempre fica algo
diferente. É Claro que será possível perceber um traço familiar na receita, mas
a comida da vovó nunca é igual a da mamãe.
A expectativa é boa, mas não
pode ser a via de regra. Na maioria dos casos ela não passa de uma breve ilusão
da nossa mente desejando que o outro realize da maneira como idealizamos. Devemos
esperar das pessoas o melhor que ELAS podem entregar, com certeza, mas com o
entendimento de que o seu melhor não seja do jeito que queremos.
E o que fazemos então com a
expectativa? Deixemos que as pessoas nos surpreendam. Pode ser que seu marido
não faça do jeito que você queria, mas é o melhor que ele poderia te entregar
só porque te ama. Pode ser que seu filho não faça a faculdade idealizada por
você, mas ele escolherá uma profissão e seguirá por ela entregando sempre o
melhor trabalho, para no final de tudo honrar a você papai.
A nossa expectativa não pode
ser maior do que a realidade daquilo que as pessoas podem nos entregar. Deixemos
que elas nos surpreendam com a entrega do seu melhor.
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